domingo, 10 de outubro de 2010

A revolução fanfarrona

DCE, Bin Laden, Caverna do Bin, Convés, Laury, Vestibular do Chopp, Babilônia, Chopadas históricas, Churrascos a beira da baía de guanabara, 5º andar do bloco O (ESSE EU NUNCA FREQUENTEI!), Jongo do Quilombo São José... Se em 5 anos de faculdade de história você não conheceu nada disso, vc definitivamente não aproveitou esses anos como deveria.

Sim, porque não é só de leituras de Marx, Weber e Foucault que se alimentam as almas dos projetos de historiadores, mas principalmente de um liquido mágico que juntamente com o pão, era já fundamental na dieta dos antigos egípcios.

Não, caro formando. Você não precisa se sentir culpado se a essa altura do campeonato acaba de se dar conta de que passou mais tempo de sua vida universitária dentro de um bar niteroiense do que em sala de aula, até pq, pense comigo: quem te acolhia quando após horas de viagem para atravessar a poça, vc se deparava com a desoladora notícia de que seu querido professor não viria dar aula? Sim!!! Nessas horas quem te recebia com todo carinho no DCE era o simpático seu Valério, com aquela maravilhosa coxinha de frango, a mesa de bilhar e a incrível garrafa de Itaipava estupidamente gelada, que ainda custava menos de 1, 50 naqueles áureos tempos do seu primeiro período.... Mas caso o DCE estivesse mais lotado do que aquele busão que você pegou, ainda te restava o Bin, que mesmo com aquele ar asqueroso e a cerveja Crystal disfarçada de Itaipava que te enganou por períodos e mais períodos, era mais atrativo do que a aula de muito doutor por aí...

Além do mais, caro formando, você não pode negar que não fosse o bar, as festas e as viagens universitárias, sua rede de relacionamentos e tb seu conhecimento geral sobre a arte da vida ficariam restritos somente ao pobre ambiente da sala de aula, quer dizer, seria no mínimo sem graça...Não, formando, não se sinta culpado, sem a mesa do bar como você ficaria sabendo qual disciplina não pegar de jeito nenhum no semestre que estaria por vir? Como você saberia que aquele professor é um falcatrua do mal, que além de cobrar presença, prova e inúmeros trabalhos, falta mais do que papel higiênico no banheiro do segundo andar do bloco O?

Ainda não está satisfeito? Pense quais lugares do Brasil vc conseguiria conhecer com a sua mísera bolsinha de 300 reais não fossem os inúmeros ENEHS, EREHS, Anpuhs, Encontros de História Oral, Encontros de Jongueiros...??? Pois é, caro colega...Vc teve a oportunidade de conhecer cidades de todas as regiões desse brasil varonil, de se batizar nas águas da babilônia, de fazer pesquisa etnográfica nos mais diferentes tipos de buteco desse país, de dar ideia (e levar toco) em gente de todos os estados da federação... E foi graças a esse seu espírito fanfarrão que vc conheceu de perto as mais variadas culturas desse brasilzão, apresentou trabalhos, assistiu seminários e palestras, participou de debates, trocou idéias e expriências com historiadores e estudantes de história do país inteiro, enriquecendo ainda mais o seu currículo lattes (ou não...)!


Não, formando, não precisa se envergonhar! Até pq, quando nós, intelectualóides das ciências humanas em geral nos reunimos, seja no ambiente que for, as conversas sempre debandam inevitavelmente para os debates historiográficos, para o conceito de campo do Bourdieu, para o processo civilizador do Elias, para a longa duração do Braudel, ou para a política econômica do governo Lula, para o fascismo da política pacificadora do Cabralzinho, para a crise do capitalismo mundial, para as injustiças sociais e a necessidade urgente de mudarmos o andar da carruagem... Sobre estes diversos temas dificilmente chegamos a uma conclusão ou a um acordo, mas uma coisa é certa: Todos apoiamos a revolução fanfarrona! Que Dionísio nos ajude!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Reclamando de barriga cheia

No último reveillon virei o ano de vestido vermelho e calcinha rosa. Dizem que vermelho traz paixão e rosa, amor. Pois bem, eu queria sorte no amor, mas como acho que amor sem sexo não vale de nada, quis ser ousada e apostar no vermelhinho... Pra que?

Nunca tive um ano tão luxurioso na minha vida e de um mês pra cá, como seu eu tivesse passado mel na minha menina, um monte de bofe começou a correr atrás de mim, uns querendo só me comer e outros almejando até coisa mais séria. Como assim, Manolo? Logo eu que sempre fui acostumada a ficar meses e meses sem pegar ninguém...Nunca pensei que reclamaria disso um dia, mas a verdade é que não tô sabendo lidar com essa situação! Mas é melhor nem reclamar, deixar a coisa como tá, porque depois a seca volta e eu fico chupando dedo.

Enfim, a questão é que eu não quero absolutamente nada sério com quem quer algo sério comigo e nem curto o sexo de quem só quer me comer. O único amor recíproco, puro e verdadeiro que conquistei esse ano foi o espiritual (sobre o qual falei no post anterior) e quem eu realmente quero, afetiva e carnalmente, me dispensou esse fim de semana para ir pra Araruama! Manolo, Araruama! Ser trocada por uma cidadezinha xexelenta como Araruama é muito deprimente!!!

Senhor, eu quero o equilíbrio!Será que dá?

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Minha vida como ela deveria ser

Eu, Filipe, Raphael, João, Rodrigo e Vinicius. Talvez o Vinicius eu deixe de fora, porque não é muito o feitio dele, mas se ele quiser ir, será bem quisto! Nós seis viajando pelo mundo, aproveitando o que a vida tem de melhor.

Aproveitariamos o mês de março no japão, apreciando as sakuras e curtindo a festa em torno delas. Fevereiro é no Brasil, com certeza, Pernambuco, Rio, Bahia. Ou quem sabe em Veneza, num baile de máscaras? Outubro, na Baviera, é claro!Enchendo a cara...

Faríamos a rota do Kerouak no livro On the Road, conhecendo os EUA de costa a costa! Um ano só pra isso! Em Las Vegas torraríamos os tubos nos cassinos e nos casaríamos com gringos, só de sacanagem...
Viagenzinha cult pela Europa. Em Amsterdam piraríamos muito, sem dúvida! Os rapazes, com certeza aproveitando o lado sexual da cidade também...E eu? Por que não? Ah, só se não for pago...Não curto essa coisa de gigolô não!
Na Europa Oriental também iríamos! Na Rússia beberíamos muita Vodka! Raphael, nem se fala!
Uns dias na Índia pra purificar a alma, aulas de filosofia na Grécia, oração em Jerusalém... Safáris na África do Sul. Ondas na Tailândia.

Raphael bebendo, pirando e reclamando. Filipe e Rodrigo fazendo piadas. João falando de sacanagem. Eu rindo de tudo, tirando fotos e bancando todo mundo, porque sou milionária!

No Natal a gente viria pra casa só pra família não ficar triste.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Ai eu não sou daqui...

Amanhã meu primo e minha grande amiga de infância vão se casar. Calma! Minha amiga vai se casar com o noivo dela que não é o meu primo, e meu primo com a noiva dele que não é a minha amiga! Sim, eu vou perder um dos casórios e isso muito me entristece, mas não é isso que me traz até aqui hoje.

Essa história de ver casando pessoas que cresceram comigo está me fazendo pensar muito em como o tempo passou rápido demais, em como estou velha, e em como eu definitivamente não me encaixo nesse esqueminha tradicional de estilo de vida. Não, eu não tenho nada contra casamentos e nem contra pessoas que se casam. Sempre quis ser madrinha de casamento e até ouso a devanear com o improvável dia em que estarei entrando na igreja de véu e grinalda, como a maioria das mulheres almejam. A questão é que ao me ver envolvida neste universo me dou conta de que nada disso foi feito pra mim.

Tenho 24 anos e perto de muitas mulheres com a mesma idade que eu, me sinto uma adolescente. Minha vizinha que também tem 24 anos tem uma filha de 5 e está casada há 6. A manicure que fez minha unha hoje também tem 24 anos. Ela tem dois filhos, um menino e uma menina, o mais velho de 8 anos, cada um de um homem diferente, e é casada com um engenheiro. Minha prima de 20 anos já tem um noivo. Ele já está pagando as prestações do apartamento que ficará pronto daqui a 4 anos, quando finalmente poderá se casar com ela. Cheguei numa fase em que as pessoas que julgo mais velhas são na verdade da mesma idade que eu, quando não mais novas. Minhas amigas que ainda não casaram ou juntaram, pensam em fazer isso brevemente e já tem tudo mais ou menos engatilhado com seus respectivos namorados. É claro que tudo isso pode mudar, mas a verdade é que isso é muito mais próximo da realidade delas do que da minha. Enquanto isso o que eu faço? O que eu planejo?

Sou solteira, moro com a minha mãe e meu irmão. Ainda não tenho um emprego que me permita fazer o que der na telha sem deixar minha família desamparada. De vez em quando até sonho sim, em encontrar um príncipe encantado que peça a minha mão em casamento e me leve ao altar com toda a pompa e circunstância, mas definitivamente não é este desejo que me faz ter vontade de viver. Nem sei se acredito em amor eterno, pra falar a verdade nem sei se acredito no amor. Tá, eu acredito que duas pessoas possam se amar, como no caso do meu primo com a noiva dele e da minha amiga com o noivo dela, mas não sei se sou capaz de amar alguém a ponto de querer dividir com ela toda a minha existência. Ás vezes me bate uma puta carência e eu acho que um namorado resolveria todo o meu sofrer. Daí quando aparece alguém uma pouco mais interessado em mim, me desespero e saio correndo, antes mesmo de saber se a pessoa realmente queria algo mais sério, ou somente sexo e putaria.

Meu sonho maior é jogar meu corpo no mundo e andar por todos os cantos como na música dos Novos Baianos. Quero deixar e receber um tanto, e viver a vida louca vida que nem a do Lobão. Quero poder sair da órbita de vez em quando sem me preocupar se vai ter alguém me esperando voltar à lucidez. Quero tão mais do que essa sociedade medíocre me oferece... Mais do que somente café da manhã, almoço e janta. Quero viver numa eterna Babilônia, pelo menos em algum momento da minha vida, talvez não pra sempre. Sim, sei que isso é impossível e até egoísta, mas nesse momento esse sim é meu maior sonho.

Me formar, trabalhar, ficar rica? Sim, talvez eu até sonhe com isso também, mas só se for com direito de pirar completamente pelo menos todo final de semana!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A primeira vez a gente nunca esquece

Existem muitos assuntos sobre os quais eu quero escrever. A playboy da Cleo Pires e a minha quase mudança de opção sexual é uma delas. Mas hoje, só pra variar, o sentimento nostálgico tomou conta do meu coração. É que a chopadinha humilde dos alunos do meu querido curso de História da maravilhosa Universidade Federal Fluminense está chegando, e com isso algumas lembranças muito boas foram resgatadas.

O ano era 2005. Eu tinha 19 anos e começava, com um pouco de atraso, a me libertar das correntes da culpa cristã as quais estava ligada desde minha origem. Ainda não tinha me entrosado totalmente com os colegas de turma, mas estava louca pra conhecer melhor aquele universo novo, cheio de liberdades, sambas, flertes e intelectualoides que, até então, eu achava o máximo. Lembro que no primeiro dia de aula me apaixonei por umas dez figuras diferentes. Todos eles tinham ou barba, ou cabelo comprido, ou os dois. A maioria pelos quais, atualmente, nutro apenas um sentimento: Pavor. Enfim, tempos idos.

A chopada do período estava marcada! Seria numa terça-feira (quem sai a noite terça-feira???), em Niterói, num lugar chamado Convés. Eu morava no Recreio dos Bandeirantes. Como voltar pra casa se fosse pra essa tal festa? Não fazia a menor ideia, sabia apenas que eu tinha que ir. Afinal, todos os "gatinhos" estariam lá, era minha chance de ficar com pelo menos um deles. "Dorme na minha casa!!!", minha hoje grande amiga Bianca me falou. Naquela época ela era somente mais uma caloura que eu conhecia há menos de 2 semanas, mas eu, sei lá porque, achei que podia confiar na maluca.

Saí de casa de manhã cedo toda preparada. Já que morava longe, não ia poder me dar ao luxo de ir pra casa e voltar pra Niterói. Se ia conseguir arrumar um lugar pra tomar banho, eu não sabia, mas de qualquer maneira levei roupa pra trocar na mochila. Saí de casa deixando minha mãe com o coração na mão. Era a primeira vez de muitas que viriam.
Depois da aula acabei indo parar na casa de uma menina em São Gonçalo. A Dani era da minha turma também e nas primeiras semanas ficamos bem próximas, mas hoje eu nem falo com ela, aliás, nem sei que fim ela teve.Tomei banho lá, me maquiei e fomos juntas pra Niterói. A Bia tinha matado a aula e a esta altura eu me preocupava com a possibilidade de não ter onde cair, já que o celular da criatura só dava fora da área de cobertura! Por sorte encontrei com ela sem querer no meio do caminho. Mas para o meu desespero, a doida não tinha como voltar pra casa, e também não sabia aonde dormir! Agora éramos duas desabrigadas, mas fomos para a chopada felizes e contentes, cheias de expectativas...

Encontramos alguns colegas de turma e ali começávamos a tornar nossos laços mais fortes. Naquela festa comecei a definir as pessoas que mais tarde ia querer ter por perto pra sempre.

Cervejinha gelada, uns traguinhos no cigarro alheio, um grupinho de samba (que não tocava lá muito bem) no palco. Os homens? Estavam todos lá. Mas nenhunzinho me deu bola, definitivamente. A Bia, que tinha namorado na época, conseguiu dançar com os carinhas mais "interessantes", mas eu fiquei só no meu sambinha no pé mesmo. A Carol, também hoje uma grande amiga, ficou a festa inteira secando um barbudinho para o qual eu também perdia. Ele nem tchum pra nenhuma das duas. (Depois de uns meses ela ainda conseguiu ficar com ele... Menina esperta!). Saímos todas lisas de lá, menos a Dani, que conheceu o amigo, do amigo de um amigo nosso e na semana seguinte já estava namorando o cara. Não sei se eles ainda estão juntos, mas eles namoraram pelo menos por uns três anos. Se deu bem!

Eu e Bia acabamos caindo na casa de um amigo dela, que ela já conhecia da UJS. Eu nunca tinha visto a pessoa na vida, e ficava me perguntando o que minha mãe ia pensar se descobrisse que eu dormi na casa (república) de uma pessoa desconhecida, ainda por cima do sexo masculino!!! Um escândalo, uma falta de pudor! Mas eu dormi lá mesmo! Ia fazer o que? Para todos os efeitos eu tinha dormido na casa da Bia, lá no Grajaú! Hoje o Victor, o "dono" da casa, é meu amigo, mas lembro que fiquei bastante incomodada com aquela situação! Estava super sem graça!
No apartamento tinha uma rede e eu burramente me ofereci para dormir nela, achando que ia ser bom! Me fudi. Não consegui dormir a noite inteira, primeiro porque rede pode ser até boa para tirar uns cochilos, mas para dormir sério é uma merda. E segundo porque estava um frio da porra, e acho que só tinham me dado um lençolzinho para eu me cobrir. No dia seguinte ainda tomei banho lá! Lembro que a porta do banheiro nem tinha trinca e eu fiquei morrendo de medo que algum morador da casa me flagrasse. Muito perrengue!

No dia seguinte ainda fomos assistir aula. Não lembro se matamos o primeiro tempo, mas lembro que chegamos "fazendo pouco caso" de todo mundo que tinha perdido a festa! "Nossa, foi muito foda, vocês perderam, deram muito mole! E blablablá..."

Os semestres foram passando e com eles, novas festinhas do curso. Tentei estar presente em todas, faltando somente em último caso. Definitivamente aquela não foi a melhor festa da história em que eu estive, mas sem dúvida foi muito importante e significativa. Ali me iniciei no mundo festeiro-acadêmico, e comecei a dar os meus pulinhos para fora das cercas da proteção materna. Inesquecível e fundamental!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O poder do álcool!





Andando pelas estradas sem asfalto de Vargem Grande, lá fui eu recensear casas! A rua de hoje era bastante agradável, e o dia também estava lindo! O céu de um azul intenso e aquele frescor matinal que a brisa ajudava a melhorar. Por alguns segundos eu até podia me esquecer do motivo que me fazia estar ali e me sentia feliz.

Eu já estava quase fechando aquela rua, e quando chego no finalzinho dela me deparo com uma birosquinha bem humilde. Foi uma sensação tão boa olhar praquela birosca! Parecia que eu tinha me transportado pra alguns daqueles tantos lugares sujinhos e humildes que já tive o privilégio de parar, no interiorzão desse país, numa dessas minhas viagens de ônibus com a faculdade. Eu estava no Rio de Janeiro, bem pertinho da minha casa, mas se me levassem até lá de olhos vendados, poderiam me dizer que eu estava em Goiás, no Tocantins, no Pará ou em Minas, e eu acreditaria.


A sensação ficou ainda melhor quando comecei a analisar a estante de bebidas da birosquinha! Tinha Dreher, Catuaba, Pitú, 51, Velho Barreiro, e várias outras bebidas que iam me fazendo lembrar de pessoas e situações que vivi nessas minha viagens "acadêmicas" loucas! Daí me deu uma vontade enorme de ir pro Ceará, viver o último ENEH da minha história enquanto graduanda de História! Mas que vontade! Sentei na cadeirinha do boteco e quase que pedi uma dose de qualquer sujeirinha daquelas...Mas lembrei que estava com o colete do IBGE, meu devaneio acabou e me deparei novamente com a realidade.

Ficou aquela felicidade de saber que vivi aquelas lembranças e a vontade de terminar logo a porra do meu setor pra eu poder viver lembranças novas!

domingo, 15 de agosto de 2010

Humanidade #fail!

Uma das características principais deste blog é ser depressivo e pessimista! Não era a minha intenção inicial quando o criei, muito pelo contrário, mas como gosto de escrever para desabafar, acaba que fica com esse climinha emo mesmo.

Mas também, minha gente, como não ser!? Cada dia que passa a humanidade consegue me decepcionar mais e mais. Ontem fui pra night no Teatro Odisséia com minhas amigas. Não sei se foi a quantidade mínima de álcool no meu cérebro, e a máxima no cérebro de todas as outras pessoas do lugar, mas gente, tirando o rapaz que ficou com a minha amiga, todos os outros homens do recinto mandaram muito mal! Como eu estava sóbria (pela primeira vez na história da minha vida noturna), pude observar bem o comportamento dos que se encontravam no ambiente e as conclusões tiradas desta análise foram as piores possíveis. O que mais me deprimiu, e a todas as minhas amigas também, foi um episódio com o cara mais gato daquela night, que por sinal, estava bem caída no quesito homens.
Pois bem, o maluco era um negro, alto, lindo, estiloso, vestia uma camisa retrô do Botafogo (longe de mim gostar do Botafogo, mas o cara estava gato mesmo, não posso negar) e causava furor em todas nós cada vez que passava perto da gente. De repente o sujeito me chama a mulher mais baranga do Odisséia para dançar. Mas vocês não podem conceber o nível de baranguice da mocréia. Ela devia ter mais de 40 anos, o cabelo pintado de louro, vestia uma blusa colada com estampa de oncinha meio brilhosa, tinha um barrigão duro de E.T., não tinha peito nem bunda, e dançava pior que uma lombriga com diarréia. Não satisfeito de tirá-la para dançar, ele que era o único homem que tinha meu respeito na noite até em então, tascou um beijo na mulé! Putaquepariu, ali eu me dei conta que realmente a humanidade, a vida e o mundo não tem mais jeito. Pelo menos o cara teve noção de que mandou muito mal e logo depois do (argh!) beijo, picou a mula dele, morrendo de vergonha.

Depois daquela experiência traumática no Teatro Odisséia, saí de lá faminta. Qual não foi a minha surpresa ao notar que não havia mais nenhuma barraquinha de podrão nos arredores do Largo da Lapa. Manolo, o Eduardo Paes, com seu choque de ordem, conseguiu acabar com a magia do Lugar. A Lapa estava limpa!!! Sim, até aí, maneiro. Mas não tinha um ambulante vendendo cerveja, caip-fruta ou qualquer coisa do tipo. Caralho, meu irmão, como assim??? Mais um motivo de tristeza!Tive que comer um bate-entope da Pizzaria Guanabara e voltei para casa muito desolada, pensando no que fizeram da minha Lapinha tão querida. O que o Choque de Ordem fez com os mendigos que passavam o dia todo ali, na porta do MIS, onde eu trabalhei??? Isso muito me intrigou.

Hoje, ao acordar, achei que a bad em relação a night de ontem tinha se dado por conta da minha sobriedade. Eu já tinha bebido muito à tarde, e não consegui me manter bêbada durante a madrugada porque meu estômago já estava pedindo arrego. Pois bem, já estava quase recuperando as minhas esperanças na vida e na raça humana de novo, quando leio um scrap deixado por uma amiga me informando que o Mc Marcinho (nosso ídolo) largou o funk porque virou crente! Como assim, Manolo???

Definitivamente, é o fim do mundo!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Irônico destino

Lá estava eu no meu destino, fingindo que nem me lembrava de você! Eu bem sabia que naquele ambiente você não ia querer estar, não faz o seu tipo. Não te comuniquei que ia, você nem se interessa pela minha vida, por que ia querer saber? Mas é claro que eu queria que você soubesse, só pra saber que eu não estou nem aí pra você.

Saí de casa já pensando se quando eu voltasse haveria algum e-mail seu na minha caixa de entrada. Cheguei na rodoviária lembrando como tinha sido a nossa espera naquela mesma rodoviária há alguns meses atrás. Sentei novamente na janela, mas ao meu lado tinha uma senhora desconhecida, muito fina e elegante ocupando o seu lugar de outrora. Eu não tinha seu ombro para recostar minha cabeça e nem a sua mão para esquentar a minha. Saudade eu tinha de sobra, mas estava certa que cedo ou tarde me acostumaria com a sua ausência. Pelo menos eu estava vivendo, e ia viver muito mais quando chegasse ao meu destino.

No meu destino eu vivi, me diverti e até fui feliz, mas tudo lá me lembrava você. Eu sabia que você ia gostar estar lá, talvez não naquele momento, mas qualquer dia desses. Aquelas cachaçarias, aquelas praias, aqueles bares, a cervejaria alemã...Tudo era tão a sua cara! Mas naquele momento, nada te levaria até lá, não é mesmo? Onde estaria você naquele momento? Eu me perguntava constantemente. E também me perguntava com quem. Será que com seus amigos imundos, com alguma prostituta barata, com a sua família, ou com aquela outra que eu tive o desprazer de conhecer? Bêbado em algum lugar da cidade, era quase certo. Mas lá, lá você não podia estar! Não! Naquele momento nada te levaria até lá, levaria? Não, nada, nada, não tinha como, tinha? Tinha! Eu descobri que algo te levaria lá naquele momento. Naquele final de semana somente um motivo muito forte te levaria àquela cidadezinha, e o motivo estava lá. Um velhinho muito simpático e talentoso estava lá, naquela cidadezinha, falando sobre o trabalho incrível que ele tem e que você tanto admira. Não! Será possível que você se deslocaria até lá só por causa dele? Eu sabia que era possível, mas preferia não acreditar.

Por via das dúvidas me maquiei com afinco e vesti minha roupa mais sensual pra assistir aquele velhinho falando. Tinha tanta gente. Eu não sabia que ele era tão respeitado. Mas você com certeza sabia e ia adorar vê-lo falando daquele jeito tão simpático e descontraído. Uma pena você não estar lá, uma pena...

Quando o velhinho parou de falar eu fui viver o tempo que me restava naquela cidade, queria beber, ver gente, conhecer gente nova, beijar na boca talvez, por que não? Tinha tanta gente bonita naquela cidade. Naquela hora eu tinha conseguido finalmente tirar você dos meus pensamentos por alguns instantes e eis que quem me aparece? Você!

Eu fiquei feliz, muito feliz. É claro que você não deixaria de ver o velhinho. A pequena cidade e quem mais estivesse nela era o que menos importava pra você, contanto que você pudesse ver o velhinho... Era tão bom te ter por perto novamente! Por um bom tempo achei que isso não aconteceria nunca mais. Ouvir suas piadas infames, suas reclamações cronicas, suas ironias e seus insultos gratuitos. Te ouvir me perguntando por que eu não havia te contado que estaria lá e poder responder que não lhe devo satisfações. Sentir seu abraço, seu cheiro, seu beijo. Voltar pra casa em sua companhia, almoçar com você, ter seu ombro para recostar minha cabeça e a sua mão para esquentar a minha... Definitivamente aquela viagem tinha valido a pena.

Quando nos despedimos tudo voltou ao normal. Minhas inseguranças em relação à você são as mesmas, a sua indiferença para com a nossa relação é a mesma, meu amor por você é o mesmo, a distância da rodoviária até a minha casa é a mesma, meus problemas são os mesmos...

Escolhi aquele destino para me desvencilhar de nós dois, mas o destino quis nós dois naquele destino. E nos próximos destinos, o que será que o destino quererá de nós?




sexta-feira, 30 de julho de 2010

Bad wishes

Hoje ao conversar no MSN com um querido amigo, ele me propôs que fizéssemos a brincadeira dos 3 desejos. Tínhamos que escrever de uma vez 3 coisas que mais gostaríamos que acontecesse agora. Nossa, tão difícil dizer assim...

O meu maior desejo atualmente (a há uns 5 anos já) é que alguma fortuna caia no meu colo, ou no da minha mãe pra que a gente pare de ficar comendo capim nessa vida. Pode ser de qualquer jeito: via torpedão campeão, via megasena, via um tio rico e distante que bateu as botas e lembrou da gente no testamento, sei lá...

Mas hoje, especialmente eu queria sumir. Queria poder dizer pra todo mundo que estou com as malas prontas pra ir morar em algum lugar distante. O lugar distante pode ser Nova Friburgo, Belém do Pará, Buenos Aires, Cidade do México, Nova York, Berlim, Budapeste ou Tóquio. Qualquer lugar tá bom! Além de sumir eu queria também pirar, ficar loucona mesmo, de álcool, de beck, de coca, ou de ácido... Queria também ser bonita, inteligente e poder mandar todo mundo pra putaqueparil.

Ah, eu queria!



sábado, 24 de julho de 2010

Açúcar e merda

Depois de quase dois meses, finalmente terminei de ler Berlim Alexanderplatz. Não demorei tanto com a leitura por pura incompetência minha, mas porque resolvi le-lo justamente na época em que precisava escrever minha monografia, fato que atrasou bastante o processo. Pra quem nunca ouviu falar, Berlim Alexanderplatz é um clássico da literatura expressionista alemã, escrito por um médico, Alfred Doblin, que viveu de perto o cotidiano das classes pobres berlinenses durante a república de Weimar. O livro conta a história de Franz Bieberkopf, um verdadeiro fodido na vida, que ao sair da prisão depois de 4 anos de pena, resolve tentar viver com dignidade, sem muito sucesso.

Enfim, é uma história triste, que me fez refletir durante um tempo sobre certas questões. Mas o que mais me tocou, foi um diálogo ocorrido entre a Morte e Franz que acontece já bem no finalzinho da narrativa. Depois de tanto sofrer, a Morte vai finalmente buscar Franz e trava com ele uma longa conversa mostrando-o todas as burradas e injustiças que ele havia cometido durante sua vida, e repete para ele, demasiadamente, que a vida é feita de açúcar e merda.

Fiquei com isso martelando na minha cabeça e tendo a concordar estreitamente com a Morte de Doblin. É impressionante a capacidade que a vida tem de nos apresentar coisas tão maravilhosas e igualmente tão terríveis. Sabe, a minha vida não tem sido a das mais fáceis há um bom tempo. Parece que de repente Deus olhou pra mim e disse: Essa aí, junto com a mãe dela, tá precisando sofrer um pouquinho. Colocou a gente dentro de um mar revolto e a cada onda forte que chega e nos dá um caixote, nos recuperamos por alguns segundos e novamente vem uma outra onda, maior ainda...E assim a gente vai vivendo.
Apesar disso eu procuro ser feliz a maior parte do tempo. Tento deixar o mal humor de lado, esquecer da merda e aproveitar o açúcar. Sim, porque no meio de toda essa merda, não é difícil encontrar pedras de açúcar. A época mais "sofrida" da minha história, tem sido também a mais intensa, onde eu pude experimentar todo tipo de felicidade, da mais recatada a mais libertária...Experimento, gosto, experimento, sofro, experimento não gosto, não sofro, gosto e sofro. Sinto prazer ao comer pão com mortadela e manteiga, ao beber litros de cerveja com os amigos num bar sujo da Lapa. Vou ao cimena e me alegro ao saber que no mundo existem mentes tão incríveis capazes de criar um filme como Toy Story 3 ou O Segredo dos seus olhos...
As coisas que mais me atraem são também aquelas que mais me fazem sofrer, bem como aquilo que eu mais repudio e nego são aquelas que me possibilitam ter um porto seguro. Odeio trabalhar, amo o flamengo, amo e odeio o lugar que eu moro, amo alguém que não me ama, amo comer, não quero engordar, amo beber, odeio ressaca, amo gozar, odeio ser um objeto. Amo açúcar, odeio merda, amo merda, odeio açúcar. Açúcar e merda, açúcar e merda. A vida é feita de açúcar e merda....

Amo a vida com a mesma intensidade que a odeio. Desejo viver tanto quanto desejo morrer?Mentira! A vontade de viver é sempre maior. Sempre vou preferir a vida, mesmo que ela seja feita só de merda e a morte me mostre um caminho cheio de açúcar.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Sem talento

Eu:

Não canto bem, não danço bem, engano no samba, sou uma vergonha no forró, não vou até o chão quando toca o pancadão.
Não escrevo bem, não sou uma boa acadêmica, não sou uma boa professora, meu C.R. é mediano, não falo espanhol, nem francês, nem alemão e meu inglês é capenga.
Não desenho direito, não tenho coordenação motora para pintar. Não sei bordar ou costurar, mal prego um botão. Aliás, acho que já me esqueci como se faz isso.
Não sei jogar volei direito, mal chuto uma bola, basquete nem pensar, tenis passo longe, engano no frescobol, não sei nadar krau ou borboleta. Correr no Maracanã pra não perder o início da partida me cansa.
Cozinhar, só o trivial. Limpo a casa que nem a minha cara. Passar roupa? Pior que a minha cara. Odeio lavar louça, mas de todas as tarefas domésticas é a que me saio menos pior.

Torço pro Flamengo, mas não sei a escalação do time de 81 de cabeça. No momento meu artista musical favorito é o Caetano Veloso, mas eu só tenho um disco dele. Amo White Stripes mas não fui no show que eles fizeram no Rio. As duas bandas que mais amei na vida acabaram com menos de 10 anos de carreira e hoje em dia eu cago e ando pras duas (mas pelo menos deles eu tenho a discografia completa).
Sou carioca, mas nunca fui num baile de comunidade, nunca fui na feijoada da Portela ou na quadra da Mangueira. Nunca fui à praia da Joatinga ou à Cachoeira do Horto, isso por baixo.

Me relaciono há 5 meses com um cara que não gosta de mim nem a metade do que eu gosto dele. Mas pelo menos para ele eu sou a melhor em alguma coisa.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Vou morrer de saudade.

Sou um ser humano extremamente volúvel. Tenho problemas sérios de convivência e acho que dificilmente eu seria feliz casada com alguém justamente por isso. Bom, nunca convivi direto com nenhum dos meus casos amorosos, ou amigos, ou parentes que não fossem meus pais, mas coisas como pequenas viagens com eles costumam me deixar irritadíssima, após aproximadamente 3 dias. A pessoa não precisa fazer nada específico para me irritar, basta ser ela que já está me incomodando. Coisas pequenas como o jeito de falar, de rir, de se alimentar, de comer...Tudo isso pode ser motivo pra eu enjoar da pessoa (seja ela quem for: o amigo ou amiga que mais amo, uma tia, um primo, um cara por quem estou apaixonada) e ter vontade de sair correndo prum canto só meu. Me sinto o pior dos seres humanos por conta desses sentimentos, mas é algo extremamente incontrolável. Eu simplesmente fico de saco cheio rapidamente e acho que só consigo conviver com a minha mãe ainda, primeiro porque ela é minha mãe e segundo, porque a gente mal se vê, mesmo morando na mesma casa.


Hoje é meu último dia de trabalho. Estou aqui há mais de 1 ano e meio e apesar de estar extremamente triste com a separação, já me vejo no mesmo estado de saturação que costumo me encontrar quando na convivência de pessoas. É claro que algumas pessoas daqui são as responsáveis por este cansaço. Convivência é difícil em qualquer lugar, seja em casa ou no trabalho, mas a verdade é que nunca me senti tão à vontade em um ambiente profissional como me senti neste lugar. Tirando algumas coisas chatas que todo trabalho tem, trabalhar aqui é muito tranquilo, e a grande maioria das pessoas são maravilhosas. Aliás, uma das pessoas com a qual não suporto mais conviver aqui, também é maravilhosa, o que me faz ter quase certeza de que a culpa do meu saco estar transbordando é toda minha.
Fico pensando que para cada coisa com a qual temos de conviver na vida (sejam elas pessoas ou instituições) Deus nos dá um saquinho. Esse saquinho vai enchendo com o passar do tempo, mas o tamanho dele deve ser exatamente correspondente ao tempo que você precisa manter tal convivência. Este esqueminha, apesar de infantil e besta representa justamente o que estou sentindo agora. Gostaria muito de continuar por bastante tempo aqui, e essa possibilidade realmente exisitia no início. Se fosse para me manter aqui mais cinco meses, tenho certeza que estaria supersatisfeita e as coisas que me parecem tão insuportáveis agora seriam no máximo incomodos facilmente toleráveis. Acontece que sei que meu tempo aqui passou e tudo que antes era prazeroso já não tem mais graça e, portanto, não sou mais obrigada a aturar certas coisas, porque isso já não me diz mais respeito.

Foi eterno enquanto durou. Tenho certeza que vou morrer de saudade, mas acabou!

terça-feira, 2 de março de 2010

Eu só quero Sossego!

Ultimamente só tenho aparecido por aqui quando sou tomada por uma forte angústia. Hoje é exatamente isso que estou sentindo e não sei nem se tenho algo de relevante pra escrever, mas achei que não custava nada tentar a terapia.
O fato é que estou passando por uma fase extremamente difícil em todos as esferas da minha vida, a começar pela amorosa. Apesar de achar que não posso reclamar, uma vez que ela nunca esteve tão agitada, é claro que não estou satisfeita (meu Deus, será que um dia isso vai acontecer?). Isso porque resolvi me envolver com uma pessoa extremamente relapsa em relação a tudo e a todos, ou seja, jamais me procura, mesmo estando interessado. Você deve estar pensando, "bem, se ele realmente estivesse interessado, ele te procuraria", mas não é assim que a banda toca tratando-se dele. Mas é claro que apesar de conhecer muito bem a natureza peculiar dessa figura, me sinto extremamente insegura e quase morro do coração a cada e-mail enviado e não respondido, a cada dia que ficamos sem nos comunicar, a cada semana que passa sem que eu consiga vê-lo, a cada vez que penso que assim como eu tenho meus lances paralelos, ele também (muito provavelmente) tem os dele.Isso me mata.
Eu tive um final de semana maravilhoso, regado a muito álcool, amigos, e extremas demonstrações de afeto que me fizeram esquecer um puco dessa história, mas como a vida não é perfeita, a segunda-feira chegou e acabou como todo o humor que eu havia resgatado no último sábado. Aqui no trabalho a coisa está feia. Estou prestes a ficar desempregada e mesmo sabendo que isso seria péssimo para a minha saúde financeira (e da minha família) eu estava me sentindo aliviada por saber que finalmente teria férias e me livraria deste ambiente opressor (ai que drama). Estava aqui hoje, só enrolando e fazendo hora pro fim deste ciclo de 5 meses, quando recebo a ligação da minha chefe dizendo que não precisarei esperar nem um dia pra começar em um novo estágio. A notícia que era pra ter sido uma das mais felizes da semana, caiu como uma bomba no meu colo, afinal, eu já tinha planejado guardar um dinheirinho, agitar a minha monografia, fazer uns concursos, uns bicos, e finalmente me formar. Tudo isso com muita calma, tempo e tranquilidade...
O que mais me deixa irritada é saber que não tenho escolha, que não posso me dar ao luxo de recusar um trabalho, simplesmente porque vivo nesse mundo capitalista selvagem onde somos todos escravos do dinheiro. O engraçado disso tudo é que o que me convence a trabalhar é minha vontade de ser livre, de sair da barra da saia da minha mãe, de conhecer o mundo, de aprender línguas, de adquirir conhecimento, de conhecer cada vez mais gente interessante, de me divertir sem peso na consciência. Mas como? Como, se pra tudo isso a vida me pede um pedágio, se pra tudo isso eu preciso juntar dinheiro, preciso me desgastar, aturar gente chata, ficar horas presa numa sala, acordar cedo, ficar horas dentro de um ônibus e ainda mostrar eficiência e resultados??? Meu Deus, não quero isso pra mim!!! Hoje estou extremamente com raiva da pessoa que inventou o trabalho. Sei que isso é passageiro, pois já fui muito feliz trabalhando exatamente neste computador em que estou escrevendo agora, e que, apesar de tudo, trabalhar também pode ser muito bom e gratificante... Mas hoje, especialmente hoje, eu quero que isso tudo aqui vá pra putaquepariu! Hoje eu estou igual ao Tim Maia, eu só quero sossego!!!