quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Minha vida como ela deveria ser

Eu, Filipe, Raphael, João, Rodrigo e Vinicius. Talvez o Vinicius eu deixe de fora, porque não é muito o feitio dele, mas se ele quiser ir, será bem quisto! Nós seis viajando pelo mundo, aproveitando o que a vida tem de melhor.

Aproveitariamos o mês de março no japão, apreciando as sakuras e curtindo a festa em torno delas. Fevereiro é no Brasil, com certeza, Pernambuco, Rio, Bahia. Ou quem sabe em Veneza, num baile de máscaras? Outubro, na Baviera, é claro!Enchendo a cara...

Faríamos a rota do Kerouak no livro On the Road, conhecendo os EUA de costa a costa! Um ano só pra isso! Em Las Vegas torraríamos os tubos nos cassinos e nos casaríamos com gringos, só de sacanagem...
Viagenzinha cult pela Europa. Em Amsterdam piraríamos muito, sem dúvida! Os rapazes, com certeza aproveitando o lado sexual da cidade também...E eu? Por que não? Ah, só se não for pago...Não curto essa coisa de gigolô não!
Na Europa Oriental também iríamos! Na Rússia beberíamos muita Vodka! Raphael, nem se fala!
Uns dias na Índia pra purificar a alma, aulas de filosofia na Grécia, oração em Jerusalém... Safáris na África do Sul. Ondas na Tailândia.

Raphael bebendo, pirando e reclamando. Filipe e Rodrigo fazendo piadas. João falando de sacanagem. Eu rindo de tudo, tirando fotos e bancando todo mundo, porque sou milionária!

No Natal a gente viria pra casa só pra família não ficar triste.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Ai eu não sou daqui...

Amanhã meu primo e minha grande amiga de infância vão se casar. Calma! Minha amiga vai se casar com o noivo dela que não é o meu primo, e meu primo com a noiva dele que não é a minha amiga! Sim, eu vou perder um dos casórios e isso muito me entristece, mas não é isso que me traz até aqui hoje.

Essa história de ver casando pessoas que cresceram comigo está me fazendo pensar muito em como o tempo passou rápido demais, em como estou velha, e em como eu definitivamente não me encaixo nesse esqueminha tradicional de estilo de vida. Não, eu não tenho nada contra casamentos e nem contra pessoas que se casam. Sempre quis ser madrinha de casamento e até ouso a devanear com o improvável dia em que estarei entrando na igreja de véu e grinalda, como a maioria das mulheres almejam. A questão é que ao me ver envolvida neste universo me dou conta de que nada disso foi feito pra mim.

Tenho 24 anos e perto de muitas mulheres com a mesma idade que eu, me sinto uma adolescente. Minha vizinha que também tem 24 anos tem uma filha de 5 e está casada há 6. A manicure que fez minha unha hoje também tem 24 anos. Ela tem dois filhos, um menino e uma menina, o mais velho de 8 anos, cada um de um homem diferente, e é casada com um engenheiro. Minha prima de 20 anos já tem um noivo. Ele já está pagando as prestações do apartamento que ficará pronto daqui a 4 anos, quando finalmente poderá se casar com ela. Cheguei numa fase em que as pessoas que julgo mais velhas são na verdade da mesma idade que eu, quando não mais novas. Minhas amigas que ainda não casaram ou juntaram, pensam em fazer isso brevemente e já tem tudo mais ou menos engatilhado com seus respectivos namorados. É claro que tudo isso pode mudar, mas a verdade é que isso é muito mais próximo da realidade delas do que da minha. Enquanto isso o que eu faço? O que eu planejo?

Sou solteira, moro com a minha mãe e meu irmão. Ainda não tenho um emprego que me permita fazer o que der na telha sem deixar minha família desamparada. De vez em quando até sonho sim, em encontrar um príncipe encantado que peça a minha mão em casamento e me leve ao altar com toda a pompa e circunstância, mas definitivamente não é este desejo que me faz ter vontade de viver. Nem sei se acredito em amor eterno, pra falar a verdade nem sei se acredito no amor. Tá, eu acredito que duas pessoas possam se amar, como no caso do meu primo com a noiva dele e da minha amiga com o noivo dela, mas não sei se sou capaz de amar alguém a ponto de querer dividir com ela toda a minha existência. Ás vezes me bate uma puta carência e eu acho que um namorado resolveria todo o meu sofrer. Daí quando aparece alguém uma pouco mais interessado em mim, me desespero e saio correndo, antes mesmo de saber se a pessoa realmente queria algo mais sério, ou somente sexo e putaria.

Meu sonho maior é jogar meu corpo no mundo e andar por todos os cantos como na música dos Novos Baianos. Quero deixar e receber um tanto, e viver a vida louca vida que nem a do Lobão. Quero poder sair da órbita de vez em quando sem me preocupar se vai ter alguém me esperando voltar à lucidez. Quero tão mais do que essa sociedade medíocre me oferece... Mais do que somente café da manhã, almoço e janta. Quero viver numa eterna Babilônia, pelo menos em algum momento da minha vida, talvez não pra sempre. Sim, sei que isso é impossível e até egoísta, mas nesse momento esse sim é meu maior sonho.

Me formar, trabalhar, ficar rica? Sim, talvez eu até sonhe com isso também, mas só se for com direito de pirar completamente pelo menos todo final de semana!