segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A primeira vez a gente nunca esquece

Existem muitos assuntos sobre os quais eu quero escrever. A playboy da Cleo Pires e a minha quase mudança de opção sexual é uma delas. Mas hoje, só pra variar, o sentimento nostálgico tomou conta do meu coração. É que a chopadinha humilde dos alunos do meu querido curso de História da maravilhosa Universidade Federal Fluminense está chegando, e com isso algumas lembranças muito boas foram resgatadas.

O ano era 2005. Eu tinha 19 anos e começava, com um pouco de atraso, a me libertar das correntes da culpa cristã as quais estava ligada desde minha origem. Ainda não tinha me entrosado totalmente com os colegas de turma, mas estava louca pra conhecer melhor aquele universo novo, cheio de liberdades, sambas, flertes e intelectualoides que, até então, eu achava o máximo. Lembro que no primeiro dia de aula me apaixonei por umas dez figuras diferentes. Todos eles tinham ou barba, ou cabelo comprido, ou os dois. A maioria pelos quais, atualmente, nutro apenas um sentimento: Pavor. Enfim, tempos idos.

A chopada do período estava marcada! Seria numa terça-feira (quem sai a noite terça-feira???), em Niterói, num lugar chamado Convés. Eu morava no Recreio dos Bandeirantes. Como voltar pra casa se fosse pra essa tal festa? Não fazia a menor ideia, sabia apenas que eu tinha que ir. Afinal, todos os "gatinhos" estariam lá, era minha chance de ficar com pelo menos um deles. "Dorme na minha casa!!!", minha hoje grande amiga Bianca me falou. Naquela época ela era somente mais uma caloura que eu conhecia há menos de 2 semanas, mas eu, sei lá porque, achei que podia confiar na maluca.

Saí de casa de manhã cedo toda preparada. Já que morava longe, não ia poder me dar ao luxo de ir pra casa e voltar pra Niterói. Se ia conseguir arrumar um lugar pra tomar banho, eu não sabia, mas de qualquer maneira levei roupa pra trocar na mochila. Saí de casa deixando minha mãe com o coração na mão. Era a primeira vez de muitas que viriam.
Depois da aula acabei indo parar na casa de uma menina em São Gonçalo. A Dani era da minha turma também e nas primeiras semanas ficamos bem próximas, mas hoje eu nem falo com ela, aliás, nem sei que fim ela teve.Tomei banho lá, me maquiei e fomos juntas pra Niterói. A Bia tinha matado a aula e a esta altura eu me preocupava com a possibilidade de não ter onde cair, já que o celular da criatura só dava fora da área de cobertura! Por sorte encontrei com ela sem querer no meio do caminho. Mas para o meu desespero, a doida não tinha como voltar pra casa, e também não sabia aonde dormir! Agora éramos duas desabrigadas, mas fomos para a chopada felizes e contentes, cheias de expectativas...

Encontramos alguns colegas de turma e ali começávamos a tornar nossos laços mais fortes. Naquela festa comecei a definir as pessoas que mais tarde ia querer ter por perto pra sempre.

Cervejinha gelada, uns traguinhos no cigarro alheio, um grupinho de samba (que não tocava lá muito bem) no palco. Os homens? Estavam todos lá. Mas nenhunzinho me deu bola, definitivamente. A Bia, que tinha namorado na época, conseguiu dançar com os carinhas mais "interessantes", mas eu fiquei só no meu sambinha no pé mesmo. A Carol, também hoje uma grande amiga, ficou a festa inteira secando um barbudinho para o qual eu também perdia. Ele nem tchum pra nenhuma das duas. (Depois de uns meses ela ainda conseguiu ficar com ele... Menina esperta!). Saímos todas lisas de lá, menos a Dani, que conheceu o amigo, do amigo de um amigo nosso e na semana seguinte já estava namorando o cara. Não sei se eles ainda estão juntos, mas eles namoraram pelo menos por uns três anos. Se deu bem!

Eu e Bia acabamos caindo na casa de um amigo dela, que ela já conhecia da UJS. Eu nunca tinha visto a pessoa na vida, e ficava me perguntando o que minha mãe ia pensar se descobrisse que eu dormi na casa (república) de uma pessoa desconhecida, ainda por cima do sexo masculino!!! Um escândalo, uma falta de pudor! Mas eu dormi lá mesmo! Ia fazer o que? Para todos os efeitos eu tinha dormido na casa da Bia, lá no Grajaú! Hoje o Victor, o "dono" da casa, é meu amigo, mas lembro que fiquei bastante incomodada com aquela situação! Estava super sem graça!
No apartamento tinha uma rede e eu burramente me ofereci para dormir nela, achando que ia ser bom! Me fudi. Não consegui dormir a noite inteira, primeiro porque rede pode ser até boa para tirar uns cochilos, mas para dormir sério é uma merda. E segundo porque estava um frio da porra, e acho que só tinham me dado um lençolzinho para eu me cobrir. No dia seguinte ainda tomei banho lá! Lembro que a porta do banheiro nem tinha trinca e eu fiquei morrendo de medo que algum morador da casa me flagrasse. Muito perrengue!

No dia seguinte ainda fomos assistir aula. Não lembro se matamos o primeiro tempo, mas lembro que chegamos "fazendo pouco caso" de todo mundo que tinha perdido a festa! "Nossa, foi muito foda, vocês perderam, deram muito mole! E blablablá..."

Os semestres foram passando e com eles, novas festinhas do curso. Tentei estar presente em todas, faltando somente em último caso. Definitivamente aquela não foi a melhor festa da história em que eu estive, mas sem dúvida foi muito importante e significativa. Ali me iniciei no mundo festeiro-acadêmico, e comecei a dar os meus pulinhos para fora das cercas da proteção materna. Inesquecível e fundamental!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O poder do álcool!





Andando pelas estradas sem asfalto de Vargem Grande, lá fui eu recensear casas! A rua de hoje era bastante agradável, e o dia também estava lindo! O céu de um azul intenso e aquele frescor matinal que a brisa ajudava a melhorar. Por alguns segundos eu até podia me esquecer do motivo que me fazia estar ali e me sentia feliz.

Eu já estava quase fechando aquela rua, e quando chego no finalzinho dela me deparo com uma birosquinha bem humilde. Foi uma sensação tão boa olhar praquela birosca! Parecia que eu tinha me transportado pra alguns daqueles tantos lugares sujinhos e humildes que já tive o privilégio de parar, no interiorzão desse país, numa dessas minhas viagens de ônibus com a faculdade. Eu estava no Rio de Janeiro, bem pertinho da minha casa, mas se me levassem até lá de olhos vendados, poderiam me dizer que eu estava em Goiás, no Tocantins, no Pará ou em Minas, e eu acreditaria.


A sensação ficou ainda melhor quando comecei a analisar a estante de bebidas da birosquinha! Tinha Dreher, Catuaba, Pitú, 51, Velho Barreiro, e várias outras bebidas que iam me fazendo lembrar de pessoas e situações que vivi nessas minha viagens "acadêmicas" loucas! Daí me deu uma vontade enorme de ir pro Ceará, viver o último ENEH da minha história enquanto graduanda de História! Mas que vontade! Sentei na cadeirinha do boteco e quase que pedi uma dose de qualquer sujeirinha daquelas...Mas lembrei que estava com o colete do IBGE, meu devaneio acabou e me deparei novamente com a realidade.

Ficou aquela felicidade de saber que vivi aquelas lembranças e a vontade de terminar logo a porra do meu setor pra eu poder viver lembranças novas!

domingo, 15 de agosto de 2010

Humanidade #fail!

Uma das características principais deste blog é ser depressivo e pessimista! Não era a minha intenção inicial quando o criei, muito pelo contrário, mas como gosto de escrever para desabafar, acaba que fica com esse climinha emo mesmo.

Mas também, minha gente, como não ser!? Cada dia que passa a humanidade consegue me decepcionar mais e mais. Ontem fui pra night no Teatro Odisséia com minhas amigas. Não sei se foi a quantidade mínima de álcool no meu cérebro, e a máxima no cérebro de todas as outras pessoas do lugar, mas gente, tirando o rapaz que ficou com a minha amiga, todos os outros homens do recinto mandaram muito mal! Como eu estava sóbria (pela primeira vez na história da minha vida noturna), pude observar bem o comportamento dos que se encontravam no ambiente e as conclusões tiradas desta análise foram as piores possíveis. O que mais me deprimiu, e a todas as minhas amigas também, foi um episódio com o cara mais gato daquela night, que por sinal, estava bem caída no quesito homens.
Pois bem, o maluco era um negro, alto, lindo, estiloso, vestia uma camisa retrô do Botafogo (longe de mim gostar do Botafogo, mas o cara estava gato mesmo, não posso negar) e causava furor em todas nós cada vez que passava perto da gente. De repente o sujeito me chama a mulher mais baranga do Odisséia para dançar. Mas vocês não podem conceber o nível de baranguice da mocréia. Ela devia ter mais de 40 anos, o cabelo pintado de louro, vestia uma blusa colada com estampa de oncinha meio brilhosa, tinha um barrigão duro de E.T., não tinha peito nem bunda, e dançava pior que uma lombriga com diarréia. Não satisfeito de tirá-la para dançar, ele que era o único homem que tinha meu respeito na noite até em então, tascou um beijo na mulé! Putaquepariu, ali eu me dei conta que realmente a humanidade, a vida e o mundo não tem mais jeito. Pelo menos o cara teve noção de que mandou muito mal e logo depois do (argh!) beijo, picou a mula dele, morrendo de vergonha.

Depois daquela experiência traumática no Teatro Odisséia, saí de lá faminta. Qual não foi a minha surpresa ao notar que não havia mais nenhuma barraquinha de podrão nos arredores do Largo da Lapa. Manolo, o Eduardo Paes, com seu choque de ordem, conseguiu acabar com a magia do Lugar. A Lapa estava limpa!!! Sim, até aí, maneiro. Mas não tinha um ambulante vendendo cerveja, caip-fruta ou qualquer coisa do tipo. Caralho, meu irmão, como assim??? Mais um motivo de tristeza!Tive que comer um bate-entope da Pizzaria Guanabara e voltei para casa muito desolada, pensando no que fizeram da minha Lapinha tão querida. O que o Choque de Ordem fez com os mendigos que passavam o dia todo ali, na porta do MIS, onde eu trabalhei??? Isso muito me intrigou.

Hoje, ao acordar, achei que a bad em relação a night de ontem tinha se dado por conta da minha sobriedade. Eu já tinha bebido muito à tarde, e não consegui me manter bêbada durante a madrugada porque meu estômago já estava pedindo arrego. Pois bem, já estava quase recuperando as minhas esperanças na vida e na raça humana de novo, quando leio um scrap deixado por uma amiga me informando que o Mc Marcinho (nosso ídolo) largou o funk porque virou crente! Como assim, Manolo???

Definitivamente, é o fim do mundo!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Irônico destino

Lá estava eu no meu destino, fingindo que nem me lembrava de você! Eu bem sabia que naquele ambiente você não ia querer estar, não faz o seu tipo. Não te comuniquei que ia, você nem se interessa pela minha vida, por que ia querer saber? Mas é claro que eu queria que você soubesse, só pra saber que eu não estou nem aí pra você.

Saí de casa já pensando se quando eu voltasse haveria algum e-mail seu na minha caixa de entrada. Cheguei na rodoviária lembrando como tinha sido a nossa espera naquela mesma rodoviária há alguns meses atrás. Sentei novamente na janela, mas ao meu lado tinha uma senhora desconhecida, muito fina e elegante ocupando o seu lugar de outrora. Eu não tinha seu ombro para recostar minha cabeça e nem a sua mão para esquentar a minha. Saudade eu tinha de sobra, mas estava certa que cedo ou tarde me acostumaria com a sua ausência. Pelo menos eu estava vivendo, e ia viver muito mais quando chegasse ao meu destino.

No meu destino eu vivi, me diverti e até fui feliz, mas tudo lá me lembrava você. Eu sabia que você ia gostar estar lá, talvez não naquele momento, mas qualquer dia desses. Aquelas cachaçarias, aquelas praias, aqueles bares, a cervejaria alemã...Tudo era tão a sua cara! Mas naquele momento, nada te levaria até lá, não é mesmo? Onde estaria você naquele momento? Eu me perguntava constantemente. E também me perguntava com quem. Será que com seus amigos imundos, com alguma prostituta barata, com a sua família, ou com aquela outra que eu tive o desprazer de conhecer? Bêbado em algum lugar da cidade, era quase certo. Mas lá, lá você não podia estar! Não! Naquele momento nada te levaria até lá, levaria? Não, nada, nada, não tinha como, tinha? Tinha! Eu descobri que algo te levaria lá naquele momento. Naquele final de semana somente um motivo muito forte te levaria àquela cidadezinha, e o motivo estava lá. Um velhinho muito simpático e talentoso estava lá, naquela cidadezinha, falando sobre o trabalho incrível que ele tem e que você tanto admira. Não! Será possível que você se deslocaria até lá só por causa dele? Eu sabia que era possível, mas preferia não acreditar.

Por via das dúvidas me maquiei com afinco e vesti minha roupa mais sensual pra assistir aquele velhinho falando. Tinha tanta gente. Eu não sabia que ele era tão respeitado. Mas você com certeza sabia e ia adorar vê-lo falando daquele jeito tão simpático e descontraído. Uma pena você não estar lá, uma pena...

Quando o velhinho parou de falar eu fui viver o tempo que me restava naquela cidade, queria beber, ver gente, conhecer gente nova, beijar na boca talvez, por que não? Tinha tanta gente bonita naquela cidade. Naquela hora eu tinha conseguido finalmente tirar você dos meus pensamentos por alguns instantes e eis que quem me aparece? Você!

Eu fiquei feliz, muito feliz. É claro que você não deixaria de ver o velhinho. A pequena cidade e quem mais estivesse nela era o que menos importava pra você, contanto que você pudesse ver o velhinho... Era tão bom te ter por perto novamente! Por um bom tempo achei que isso não aconteceria nunca mais. Ouvir suas piadas infames, suas reclamações cronicas, suas ironias e seus insultos gratuitos. Te ouvir me perguntando por que eu não havia te contado que estaria lá e poder responder que não lhe devo satisfações. Sentir seu abraço, seu cheiro, seu beijo. Voltar pra casa em sua companhia, almoçar com você, ter seu ombro para recostar minha cabeça e a sua mão para esquentar a minha... Definitivamente aquela viagem tinha valido a pena.

Quando nos despedimos tudo voltou ao normal. Minhas inseguranças em relação à você são as mesmas, a sua indiferença para com a nossa relação é a mesma, meu amor por você é o mesmo, a distância da rodoviária até a minha casa é a mesma, meus problemas são os mesmos...

Escolhi aquele destino para me desvencilhar de nós dois, mas o destino quis nós dois naquele destino. E nos próximos destinos, o que será que o destino quererá de nós?