quarta-feira, 3 de março de 2010

Vou morrer de saudade.

Sou um ser humano extremamente volúvel. Tenho problemas sérios de convivência e acho que dificilmente eu seria feliz casada com alguém justamente por isso. Bom, nunca convivi direto com nenhum dos meus casos amorosos, ou amigos, ou parentes que não fossem meus pais, mas coisas como pequenas viagens com eles costumam me deixar irritadíssima, após aproximadamente 3 dias. A pessoa não precisa fazer nada específico para me irritar, basta ser ela que já está me incomodando. Coisas pequenas como o jeito de falar, de rir, de se alimentar, de comer...Tudo isso pode ser motivo pra eu enjoar da pessoa (seja ela quem for: o amigo ou amiga que mais amo, uma tia, um primo, um cara por quem estou apaixonada) e ter vontade de sair correndo prum canto só meu. Me sinto o pior dos seres humanos por conta desses sentimentos, mas é algo extremamente incontrolável. Eu simplesmente fico de saco cheio rapidamente e acho que só consigo conviver com a minha mãe ainda, primeiro porque ela é minha mãe e segundo, porque a gente mal se vê, mesmo morando na mesma casa.


Hoje é meu último dia de trabalho. Estou aqui há mais de 1 ano e meio e apesar de estar extremamente triste com a separação, já me vejo no mesmo estado de saturação que costumo me encontrar quando na convivência de pessoas. É claro que algumas pessoas daqui são as responsáveis por este cansaço. Convivência é difícil em qualquer lugar, seja em casa ou no trabalho, mas a verdade é que nunca me senti tão à vontade em um ambiente profissional como me senti neste lugar. Tirando algumas coisas chatas que todo trabalho tem, trabalhar aqui é muito tranquilo, e a grande maioria das pessoas são maravilhosas. Aliás, uma das pessoas com a qual não suporto mais conviver aqui, também é maravilhosa, o que me faz ter quase certeza de que a culpa do meu saco estar transbordando é toda minha.
Fico pensando que para cada coisa com a qual temos de conviver na vida (sejam elas pessoas ou instituições) Deus nos dá um saquinho. Esse saquinho vai enchendo com o passar do tempo, mas o tamanho dele deve ser exatamente correspondente ao tempo que você precisa manter tal convivência. Este esqueminha, apesar de infantil e besta representa justamente o que estou sentindo agora. Gostaria muito de continuar por bastante tempo aqui, e essa possibilidade realmente exisitia no início. Se fosse para me manter aqui mais cinco meses, tenho certeza que estaria supersatisfeita e as coisas que me parecem tão insuportáveis agora seriam no máximo incomodos facilmente toleráveis. Acontece que sei que meu tempo aqui passou e tudo que antes era prazeroso já não tem mais graça e, portanto, não sou mais obrigada a aturar certas coisas, porque isso já não me diz mais respeito.

Foi eterno enquanto durou. Tenho certeza que vou morrer de saudade, mas acabou!

Um comentário:

  1. Lindo desabafo sobre as areias do tempo. Em verdade tudo passa e tudo fica. Em algum lugar guardado como lembrança. E que os novos lugares e pessoas se tornem tão vitais para você quanto os momentos do passado.

    =)

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