sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Meu maior prazer (Parte 2)

Então o dia finalmente chegou! Se fosse um domingo qualquer eu acordaria por volta das 11 da manhã, mas naquele domingo às 8 eu já estava de pé! Até aqui na longinqua Vargem Grande os fogos já estouravam frenéticos, o que só me deixava mais tensa!Até então eu não havia decido nem aonde nem com quem assistiria o jogo, fato que se tornou mais um motivo de preocupação. Pra melhorar tudo, justamente na sexta-feira anterior eu tinha esquecido meu celular no trabalho, o que dificultava muito a minha comunicação com os amigos rubro-negros que eu sabia que não estariam no maraca, uma vez que o telefone da minha casa morreu!
Levantei já tremendo na base e gritando pro meu irmão, enquanto arrumava a cama: "Estou com medooo!Ai que tensão, Bê! Hoje eu vou morrer! Eu vou morrer!!!!!". Depois de um rápido café da manhã, tratei logo de ligar o computador pra ver se decidia aonde assistir o jogo, mas naquele o horário o MSN ainda estava deserto. Por mim eu iria à Arena HSBC, já que lá é perto da minha casa e ia rolar um telão bolado, mas provavelmente não ia rolar cia pra lá. Tinha também a opção de assistir nos arredores da Gávea, pois se o Fla vencesse eu já estaria perto da festa. Existia ainda a possibilidade de ir pras bandas da Tijuca e pegar a galera que saía do Maraca, mas essa opção era a menos provável porque seria muita mão de obra pra mim! A única coisa que eu não queria dessa vez era me isolar como fiz em todos os outros jogos do Brasileirão!Sofreria bem menos se não assistisse nada, mas eu não tenho todo esse sangue de barata e somente uma multidão, tão flamenguista quanto eu seria capaz de amenizar o meu nervoso.

Depois de muito pensar e ponderar, decidi que iria pros arredores do maraca com Giovanna, uma amiga da faculdade. Nós duas estávamos com o c* na mão (afinal era muito provável que lá praquelas bandas tudo estivesse um caos, ainda mais para duas moças indefezas) mas ambas estavam formigando de nervoso e vontade de ferver depois o jogo caso a vitória se concretizasse.Combinamos então, via msn, que nos encontraríamos nas roletas da estação do metrô do maracanã, às 16:30 e dali partiríamos pra 28 de Setembro em busca de um bar pra assistirmos o jogo.Alguns minutos depois tentei dissuadi-la da ideia para irmos pra Cobal do Leblon, mas ela "bateu o pé" e eu acatei. Foi Deus!

Decisão tomada, comecei meu ritual: Tomei banho, vesti minha calcinha preta de corações vermelhos, invicta no Maraca. Tirei do armário uma blusa preta de alcinha, porque assim costumo me vestir quando vou aos jogos do Mengão. Peguei minha camisa modelo 1992, que ganhei justamente nessa época e sem a qual nunca me vi no Maracanã, e coloquei-a na minha mochila Kipling vermelha que também dá muita sorte. Calcei meu AllStar vermelho de cadarços pretos, bicampeão carioca no Maraca em 2008, e tirei da carteira meu santinho de São Judas Tadeu (todo velhinho, desbotado e despedaçado de tanto que eu o amasso durante os jogos)e pus dentro da mochila. Coloquei no pescoço um escapulário de Santo Antônio, porque além de dar sorte e combinar com minha vestimenta rubro-negra, Santo Antônio é o santo de devoção do Velho Lobo Zagallo. Achei que seria digno. Tudo ok, parti pra parte principal: Me ajoelhei perante à minha imagem nova de São Judas Tadeu e comecei a rezar com muita fé! Além disso, fiz diversas promessas pro pobre do Santo e disse que diferentemente das vezes anteriores, dessa vez eu não iria decepcioná-lo.

Pronto! Agora estava tudo certo e eu podia sair de casa tranquila! Tensa eu ainda estava, porém confiante! Antes de sair almocei com a minha mãe e desabafei minha tensão com ela. Como boa vascaína recalcada e mulher que não liga pra futebol que é, ela fez pouco caso do meu nervosismo e disse que aquilo tudo era ridículo. Eu disse pra ela que aquele era o dia mais importante da minha vida e ela tripudiou dizendo que o dia mais importante da minha vida devia ser a minha formatura ou o nascimento do meu irmão...Resumindo: ela não entende nada!Apesar disso, fiz questão de sair de casa com a sua benção e ela me fez prometer que eu não tentaria comprar ingresso pro jogo! Eu prometi porque realmente não tinha mais essa intenção. Já estava conformada e naquela altura do campeonato seria impossível. Além disso, saí com 20 reais no bolso, porque não deu tempo de passar no caixa eletrônico. Eu não contava, no entanto, com as surpresas do destino...

Continua.

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