quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Mané, Maneco

Não resisti. Acabei assistindo parte da novela do Maneco. Eu estava resisitindo, como costumo resistir com toda novela, mas essa, em especial, eu queria muito conseguir não assistir. Nunca escondi de ninguém que sou a maior noveleira, mas pra ter a minha humilde audiência, a trama precisa me conquistar seriamente desde antes do primeiro capítulo, já nas chamadas. Essa aí já começou me dando nojinho pelo título. Convenhamos, Viver a Vida é cafona demais. Devemos contudo, relevar esse fato, uma vez que em título brega, o Maneco é expert: História de Amor, Por Amor, Laços de Família, Mulheres Apaixonadas, Páginas da Vida... É muita falta de criatividade? É, mas não é o título que faz uma boa novela. Para completar, as chamadinhas dessa nova trama aí eram ainda mais clichezentas que seu nome, com depoimentos reais dos próprios integrantes do elenco e outras cafonices do gênero.

Não vou negar que, apesar de não me lembrar direito por ser muito novinha, gostei muito de Felicidade, que se eu não me engano, foi a primeira novela solo do velho barbudo, que já devia ser velho naquela época. História de Amor só não foi minha novela preferida porque antes dela eu tive o prazer de acompanhar Mulheres de Areia, que até hoje, na minha humilde opinião, nenhuma barrou - talvez Roque Santeiro, mas essa eu assisti em um outro contexto da minha vida, já adolescente. Por Amor, acho que também entra no meu TOP TEN. Me lembro que achava o máximo Helena e Maria Eduarda serem mãe e filha na vida real também, aquilo me dava uma sensação de verossimilhança incrível, eu curtia muito. Em Laços de Família a coisa já começou a degringolar, a final, apesar de lindo, o Gianechini era ruim demais e a Vera Ficher como Helena forçava muito a barra. Em compensação, Laços tinha a insuportável da Íris, a Ciça (que era outra insuportável, mas que era divertidíssima) e o bon vivant Danilo, numa excepcional atuação do Alexandre Borges.
A coisa começou a ficar feia mesmo pro lado do Maneco em Mulheres Apaixonadas. A Cristiane Torloni conseguiu o papel mais insosso da vida dela mesmo sendo a superpoderosa protagonista Helena. A Suzana Vieira descolou por sua vez, o papel rídiculo dela mesma, ou seja,da velhoca pegadora de novinho. Além disso, tínhamos que engolir as péssimas atuações da Pitty Webbo, que fazia a Marcinha e do Pedro Furtado que interpretava o Fred, vulgo AquaMan.Salvava a trama o drama vivido pela terceira idade, pois tinha a Rejiane Alves que fazia uma netinha muito má, mas bem divertida. Em Páginas da Vida porém, a coisa conseguiu ficar ainda mais trevas. Essa aí foi tão ruim que nem consigo lembrar direito o que tinha de pior. Só sei que uma das poucas coisas louváveis foi a sempre maravilhosa Lílian Cabral. Tinha também a relação da Viviane Pasmanter com o Caco Ciocler, que era bastante instigante. Aliás, acabei de me lembrar que era só por causa disso que eu assistia essa novela com uma certa frequência.

O que mais me irrita no Manoel Carlos é ele achar que suas novelas contam a "história da vida real" só porque em toda trama dele tem alguém com uma doença grave que quase morre (mas que no final sempre se cura) ou porque nelas são expostos conflitos familiares aos quais ninguém está imune. Vida real é o c*#$R¨&@lho! Desde quando o Leblon - principal locação de suas novelas - é um lugar real??? Pior ainda é ter que aturar verdades do tipo "amor de mãe não tem limites", quando todo mundo sabe que isso é muito relativo. Gostaria de saber porque em toda novela do papai noel existe um núcleo hospitalar repleto de médicos muito bem conceituados que amam sua profissão e que trabalham em hospitais de altíssimo nível. E por último, mas não com menor curiosidade, gostaria que me explicassem por que cargas d'água a música da abertura é sempre uma bossinhanova! Por que, meu Deus?????Isso só me faz apreciar cada vez menos o estilo musical...Vinícius que me perdoe.


Hoje, no terceiro capítulo, acabei me rendendo e assistindo a última parte da novela já que estava ouvindo muitas pessoas falarem bem, o que me deixou bastante curiosa. Para resumir: o pouco que vi achei uma merda. Pra começar que a Thaís Araújo atuando é o Ó. Depois, a mulher que interpreta a mãe dela consegue ser ainda pior, além de ter um texto que não ajuda em nada a coitada. A Aline Morais como uma filha mimada, linda e rica também já não é novidade desde Duas Caras )com a diferença que o Maneco consegue deixar todo mundo mais forçado). O núcleo médico estava lá, firme forte, sempre muito feliz e ético, assim como a bossanova da abertura continua batendo ponto sem riscos de perder o emprego. Não cheguei a ver a atuação do Zé Mayer em seu milionésimo papel de garanhão, mas sei que ele está lá e, apesar de achá-lo um tesão, penso que ele deveria se recusar a atuar nas novelas do Maneco, a não ser que fosse pra fazer um mendigo, ou um traficante. Outra coisinnha escrota que também tem nessa novela são os depoimentos de superação de pessoas comuns que rola no final de cada capítulo. Genteeeeeeeee, isso é o fim!!!!!Mas o vovô acha muito maneiro, muito original, fazer o que???Enfim, nesse meu primeiro contato com Viver a Vida consegui achar duas coisas dignas: o Mateus Gostoso Solano e a Bárbara Paz interpretando uma bêbada depressiva. Ammy Whinehouse que se cuide!

Bjomeliga!

2 comentários:

  1. Adoro essas retrospectivas de telenovela bem feitas!! A gente entende de novela melhor do que de tudo, né? Norbert Elias? Hum... Manoel Carlos? Ah! Sabemos tudo!!
    Concordo com tudo, inclusive com o fato de Páginas da vida ter sido o fim. A Ana Paula Arósio então...
    Jesus! Tava PÉS-SI-MA!
    E Felicidade era linda mesmo. Eu gostava da Tatiana Goulart e torcia pro pai dela ser o Marcos Winter, mas era o Tony Ramos. Ai ai...

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  2. hahahuaeu acho q só com o google pra eu lembrar tanto das novelas.

    Sobre essa: n tive saco pra ver mais de dez minutos. Acho a Thaís Araujo mt sem graca. Tornou-se assim em algum momento da vida na Globo. E Ze Mayer, Leblon, Bossa, depoimentos reais... argh!

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